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sábado, 7 de maio de 2011

Fauna e Flora Brasileira



Rhea americana - Ema
O Bioma Cerrado ocupa cerca de 2 milhões de km2 do território brasileiro. Ocorre em 13 estados brasileiros e no Distrito Federal, e também na Bolívia.
Tayassu tajacu - Caitetu
Tayassu tajacu - Caitetu
A ocupação começou no Séc. XVIII. As incursões nessa vasta região eram realizadas principalmente através dos rios e veredas, caracterizadas pela ocorrência de buritis (Mauritia flexuosa), devido a maior facilidade de penetração. O interesse inicial era a exploração mineira nos estados de Goiás e Mato Grosso.
Falsa-ciganinha - Riedeliella
Falsa-ciganinha - Riedeliella
Concomitantemente e também após o declínio destas atividades houve a implantação de uma pecuária extensiva baseada em pastagens nativas e capins africanos como o jaraguá (Hyparrhenia rufa) e capim gordura (Melinis minutiflora). Essas atividades pecuárias antigas encontram-se hoje em desuso devido a baixa produtividade e a destruição ambiental. Atualmente a maioria dos pecuaristas adotam técnicas modernas de produção e há um aumento crescente com as questões ambientais.
Lonchophylla dekeyseri - Morceguinho do Cerrado
Lonchophylla dekeyseri - Morceguinho do Cerrado
A grande ocupação do Cerrado iniciou no século XX, com o translado da capital do Brasil do Rio de Janeiro para Brasília. No final da década 70, a Região do Cerrado era pouco explorada. As correntes migratórias, principalmente das regiões Sul e Sudeste do país, tornaram o Cerrado o celeiro do mundo.
Estilosantes - Stylosanthes
Estilosantes - Stylosanthes
Segundo dados da Embrapa Cerrados hoje existem na região 50 milhões de hectares de pastagens cultivadas, 30 milhões de hectares de pastagens nativas, 13,5 milhões de hectares de culturas anuais e dois milhões de hectares de culturas perenes e florestais.
Agouti paca - Paca
Agouti paca - Paca
Atualmente muitas empresas agropecuárias adotam tecnologias de ponta para fazer o Cerrado produzir. Devido a baixíssima fertilidade dos solos foram adotadas técnicas de correção, adubação e manejo dos mesmos, alem de produzir cultivares de plantas comerciais adaptados ao Bioma.
Buriti - Mauritia
Buriti - Mauritia
Com todo esse desenvolvimento econômico houve uma perda do conhecimento sobre a fauna e a flora existente nesta área, principalmente sobre o potencial valor econômico dos mesmos.
Caiman latirostris - Jacaré do papo amarelo
Caiman latirostris - Jacaré do papo amarelo
A flora e fauna do Cerrado são riquíssimas. Esta região possui cerca de 10.000 espécies vegetais. Estima-se que em cada hectare podem ser encontradas cerca de 400 espécies de plantas. Quanto a fauna são conhecidas cerca de 1.600 espécies de animais.
Amendoim Forrageiro - Arachis
Amendoim Forrageiro - Arachis
São 195 espécies de mamíferos, sendo 18 endêmicas. Devido a essa grande biodiversidade o Cerrado é considerado uma das 25 áreas do mundo prioritárias para a conservação.
Leopardus pardalis - Jaguatirica
Leopardus pardalis - Jaguatirica
Devido a essa importância econômica e ambiental a Embrapa Gado de Corte e a Embrapa Cerrados tornam disponíveis informações sobre as espécies da flora e da fauna dessa grande região brasileira. Dentro desse contexto contamos com a colaboração dos produtores agropecuários considerando-os nossos grandes aliados na conservação ambiental dos Biomas brasileiros.
Fonte: www.cnpgc.embrapa.br

sábado, 27 de novembro de 2010

Reciclagem - Croché de Sacolas Plásticas

O que você precisa: 
  • sacolas plásticas
  • agulhas de crochê
  • tesoura
  • creme hidratante
Etapas
1. Recorte as alças e o fundo da sacola.
2. Estique a sacola, desfazendo as dobras laterais.
3. Dobre uma das laterais até o centro da sacola. Dobre novamente na mesma medida. Restará uma parte sem dobrar.
4. Recorte uma tira da sacola, iniciando na parte dobrada, ultrapassando a parte sem dobra e deixando a distância aproximada de três dedos sem recortar. Repita o processo até percorrer toda a sacola.
5. Desdobre as tiras. Na primeira tira, junto à extremidade sem corte, faça um corte em diagonal em uma das faces da sacola, formando uma ponta.
6. Está pronta a primeira ponta do fio! Estique a ponta e acompanhe o fio até a parte que ainda não está cortada.
7. Recorte esta parte unindo-a com a próxima tira para formar um fio contínuo. Repita o processo até transformar toda a sacola em um grande fio.
8. Torça o fio e ao mesmo tempo enrole-o no dedo formando um novelo.
9. Está pronto o fio! Agora coloque o creme hidratante na mão oposta à da agulha e antes de puxar o fio passe a ponta da agulha no creme para impedir que o plástico agarre.
10. Agora é só usar a técnica tradicional do crochê.
Use e abuse da criatividade!

Reciclagem - Bijuterias de papel

O que você precisa: 
  • papéis coloridos usados: revistas, papéis de presente, etc.
  • régua
  • lápis
  • tesoura
  • cola branca
  • linha ou fio de nylon
  • agulha grande

    Etapas
    1. Numa folha de revista ou papel de presente, desenhe com o lápis triângulos de 3 cm de base e pelo menos 6 cm de altura.
    2. Corte os triângulos de papel. Para fazer um colar curto, você precisa de 15 triângulos.
    3. Enrole cada triângulo utilizando a agulha como apoio.
    4. Cole a ponta do triângulo com cola branca. Retire a agulha e pronto: está formada a pérola.
    5. Depois de prontas, junte as pérolas com uma linha ou fio de nylon.
    Dicas
  • Use verniz incolor ou cola branca diluída em água para impermeabilizar as pérolas.
  • Faça colares de várias voltas.
  • Experimente papéis com coloridos diferentes e faça proveito dos vários padrões que podem surgir.
  • Intercale contas e miçangas entre as pérolas.
  • Faça conjuntos de colares e pulseiras. 

Desmatamento na Amazônia

     O WWF-Brasil realizou, em conjunto com o Instituto Superior de Estudos da Religião (Iser), uma pesquisa diferente sobre a Floresta Amazônica: desta vez, a palavra foi da população local e o que ficou evidente foi a preocupação com a preservação da floresta, antes de qualquer outro interesse, como empregos ou melhores salários. Quase 70% afirmaram que o progresso da região não é mais importante do que a conservação da natureza. Para 46% dos entrevistados, a prioridade da região amazônica diz respeito ao uso sustentável dos recursos naturais, através da preservação da floresta e do ecoturismo, por exemplo. Além disto, mais da metade da população ouvida alegou não estar disposta a ter mais poluição em troca de mais empregos. A idéia de desenvolvimento sustentável ainda não é dominada, mas quem tem noção do que é parece simpatizar com o conceito. A população, apesar de ser favorável à construção de estradas e hidrovias, por exemplo, preferiria se estas atividades fossem realizadas de maneira planejada, para reduzir os impactos ambientais. Segundo os pesquisados, os maiores problemas ambientais da região amazônica são o desmatamento e as queimadas, embora haja ainda regiões em que a falta de saneamento básico seja preocupante. Os madeireiros parecem ser os inimigos da floresta, pois 57% não acham necessário cortar madeira para a Amazônia se desenvolver. Os moradores locais também observam as mudanças negativas na floresta, como a diminuição das árvores e a redução no número de aves, mamíferos, peixes e tartarugas.
    A pesquisa foi realizada em 2000 nos estados do Acre, Pará e Rondônia, com base em dados do Censo Demográfico do IBGE. Foram ouvidas 2049 pessoas.

Conservando unidades

                                          
A Lei Federal no 4.771/65, que instituiu o Código Florestal brasileiro, em seu artigo primeiro, define as florestas como bens de interesse comum a todos os habitantes do país.
Outra iniciativa para proteção das florestas foi a criação das Unidades de Conservação. Essas unidades compõem espaços territoriais, onde se tem por objetivo a preservação da flora, da fauna e das belezas naturais, além do meio ambiente como um todo. Por causa dos múltiplos objetivos é necessário que existam diversos tipos de unidades de conservação, gerenciadas de maneiras diferenciadas. O estabelecimento de unidades de conservação diferenciadas busca evitar o empobrecimento genético no país, resguardando o maior número possível de espécies animais e vegetais.
Unidades de Conservação de uso indireto: aí a exploração ou o aproveitamento dos recursos naturais são totalmente restritos, admitindo-se apenas o aproveitamento indireto dos seus benefícios. São identificados como Unidades de Proteção Integral (Parque Nacional, Reserva Biológica e Estação Ecológica).
Unidades de Conservação de uso direto: onde a exploração e o aproveitamento econômico direto são permitidos, de forma planejada e regulamentada. São as Unidades de Uso Sustentável (Áreas de Proteção Ambiental, Floresta Nacional e Reserva Extrativista).
De forma generalizada, a finalidade das Unidades consiste em:
  • preservar bancos genéticos, de fauna e flora;
  • acompanhar as alterações que aconteçam;
  • proteger os recursos hídricos;
  • proteger paisagens de relativa beleza cênica e com valor cultural, histórico e arqueológico, a fim de permitir estudos e turismo;
  • conduzir a educação ambiental, de cunho turístico e escolar;
  • proporcionar condições para o desenvolvimento de pesquisas;
  • proteger áreas de particulares, com relevância faunística ou florística;
  • proteger áreas que venham a ter, futuramente, uma utilização racional do uso do solo.
De fato, essa área de parques, estações e reservas, que parece imensa (por causa do tamanho do país) e que somada corresponde a cerca de 16 milhões de hectares, é menos de 2% do território nacional. Ainda está abaixo, em percentual, da média mundial de 6% preservados. A maioria dessas áreas também ainda não está completamente implementada, sofre todo o tipo de problemas e não está tendo o seu papel cumprido à risca, de proteger mananciais e espécies ameaçadas, de serem locais para a pesquisa científica, de incentivarem e permitirem o contato direto com a natureza.
Você encontra informações sobre as Unidades de Conservação aqui no site do IBGE, na página da Diretoria de Geociências relativa à fauna e à flora brasileiras.
O Brasil, assim como outros países da América do Sul (Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela), demarcaram vastas regiões como terras indígenas, reconhecendo o direito à terra dos povos nativos que vêm habitando e conservando florestas desde tempos muito antigos. Aqui no Site você encontra o Mapa das Terras e Parques Indígenas brasileiros. O Anuário Estatístico do Brasil, do IBGE, tem informações completas sobre unidades de conservação e terras indígenas, com indicação da área total e dos municípios abrangidos.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Uso da embalagem pet em debate

A poluição dos cursos d'água com embalagens pet começa a ser solucionada. Levantamento feito pela Abipet mostra que 230 mil toneladas de PET (o equivalente a 5 bilhões de garrafas de dois litros) já são recicladas no Brasil. Esse volume aumenta à taxa de dois dígitos anuais – entre 2006 e 2007, cresceu 18,6% – e coloca o País entre os líderes mundiais de reciclagem de PET.

Interesses comerciais prejudicam o debate consciente sobre as Embalagens de Pet
12/8/2008

A exemplo do que ocorreu com os refrigerantes, uso da embalagem beneficiaria a concorrência no mercado de cervejas
O mercado de refrigerantes passou por uma revolução desde meados da década de 1990, com a chegada das embalagens de PET no Brasil. Novas – e pequenas – empresas entraram nesse segmento ou conseguiram aumentar sua participação, oferecendo produtos mais baratos.

O consumo cresceu exponencialmente, pois a bebida passou a caber no bolso da população de menor poder aquisitivo e o número de empresas fabricantes saltou de 150 para 850, de acordo com dados da Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras).
Isso aconteceu porque o PET facilitou e derrubou o custo de produção da embalagem e tornou a logística de distribuição menos complexa. Muitas empresas sequer existiriam sem o produto. “Observamos a democratização do mercado de refrigerantes, onde pequenas empresas são capazes de competir com grandes companhias, oferecendo novas opções e sabores ao consumidor”, afirma o presidente da Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), Alfredo Sette.

Mercado de cerveja
Mas, se o uso do PET é admitido no segmento de refrigerantes, o mesmo não ocorre quando o assunto é o envase dos mais de 9 bilhões de litros anuais de cerveja produzidos no Brasil. O presidente da Abipet lembra que, neste caso específico, a embalagem é criticada e combatida por meio de iniciativas que, sob a declarada intenção de preservar o meio ambiente, só contribuem para proteger participações de mercado já consolidadas, prejudicando o consumidor. “Os grupos cervejeiros que criticam o uso do PET para a cerveja no Brasil são os mesmos que utilizam essa embalagem nos mercados da Europa e Estados Unidos, para ganhar competitividade.”
Pequenas cervejarias estão prontas para utilizar o PET como embalagem e, possivelmente, promover o mesmo efeito de mercado verificado com os refrigerantes. “Ainda assim, sabemos que esse novo produto (cerveja em PET) atenderia nichos específicos, como festas, eventos esportivos, shows e outras modalidades onde existe grande concentração de público”, explica Sette.

Meio ambienteEstudos técnicos realizados por instituições de renome nos Estados Unidos concluíram que as embalagens de PET são extremamente amigáveis em relação ao meio ambiente, pois obtiveram posição de destaque na Análise do Ciclo de Vida. Esses estudos abrangem desde a extração da matéria-prima até a entrega da embalagem, cobrindo também a distribuição do produto envasado e a reciclagem.
Além disso, levantamento feito pela Abipet mostra que 230 mil toneladas de PET (o equivalente a 5 bilhões de garrafas de dois litros) já são recicladas no Brasil. Esse volume aumenta à taxa de dois dígitos anuais – entre 2006 e 2007, cresceu 18,6% – e coloca o País entre os líderes mundiais de reciclagem de PET. Para a Abipet, o que falta é vontade política para trabalhar em prol de programas efetivos de coleta seletiva do lixo urbano.
Por meio do trabalho realizado pela entidade, desde 1995 vem sendo criada uma forte demanda pelo PET reciclado no País. A indústria têxtil, principal usuária, desenvolveu várias fibras, destinadas a inúmeras aplicações, tais como carpete automotivo e residencial, tecidos, malhas, edredons, travesseiros, cordas etc. Isso comprova que é possível reciclar e até exportar produtos originados desse processo.
“Contamos com uma indústria de reciclagem vigorosa, que gera empregos e hoje seria capaz de processar mais de 30% acima do que já é reciclado, o que não ocorre por deficiência na coleta. Esse fato indica que existe uma estrutura pronta e mais do que suficiente para dar destinação adequada a novas garrafas que eventualmente sejam fabricadas. Apesar dessa evolução, ações específicas contra o PET são colocadas para a sociedade de maneira distorcida e sem lógica”, destaca o presidente da Abipet.

Uma decisão da Justiça Federal de Marília (SP) estipula que as empresas só poderão envasar a cerveja em garrafas de PET após a realização de EIA-RIMA. Projetos de lei estaduais e federais também buscam proibir o uso de garrafas de PET em geral ou apenas no segmento de cerveja e outras bebidas alcoólicas. Para a Abipet, as embalagens descartáveis deveriam ter uma política comum a todos os materiais.
A entidade vem questionando parlamentares e autoridades sobre a razão dessas ações serem direcionadas apenas ao PET. “Temos perguntado porque as outras embalagens descartáveis não sofrem as mesmas críticas e intervenções. Também temos dito que, se for um desejo do mercado, a garrafa de PET pode ser retornável, incorporando a vantagem de ser mais leve e inquebrável. Afinal, a sociedade precisa avaliar melhor esse discurso ambiental que tem beneficiado apenas interesses comerciais específicos”, avalia o presidente da Abipet.

Reciclagem


Com relação às aparas e papéis usados, os índices nacionais estão afinados com a média mundial: 37%. Deve-se ressaltar que cada tonelada de papel reciclado representa de 15 a 20 árvores adultas poupadas. A grande maioria é consumida nas regiões Sudeste e Sul.
O Brasil produz cerca de trinta e dois milhões de pneus por ano, sendo que a maior parte deles já desgastada pelo uso acaba parando em lixões. Os pneus podem ser recauchutados ou terem seus componentes utilizados em outros produtos.
O consumo de embalagens de vidro entre os brasileiros é de 5 quilos por habitante. Na França, o consumo per capita chega a 65 quilos. O Brasil recicla um terço de todo o vidro que produz, superando muitos países europeus e deverá ultrapassar os 60% nos próximos dois anos, colocando o Brasil no topo da reciclagem mundial deste item. A Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (ABIVIDRO) mantém 50 centros de coleta de vidro ativos em oito Estados: Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio de janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Em relação ao PET, material usado na produção de garrafas plásticas de refrigerantes, a produção anual no País é de 3 bilhões de unidades e apenas 15% são reciclados. Nos EUA, esse total chega a 48%. Somente no Rio de Janeiro, cerca de 30% do lixo domiciliar recolhido diariamente é composto de PETs.
Alguns exemplos mostram que a situação começa a mudar em algumas cidades do Brasil. Em Curitiba, no Paraná, a Usina de Reciclagem da Unidade de Valorização de Rejeitos é responsável pelo reaproveitamento de 350 toneladas de lixo por mês __ cerca de 20% do material reciclável da cidade. O material é triado, quando são retiradas as peças ainda utilizáveis, e o restante continua na linha de reciclagem. O próximo passo é a unidade de separação, onde o lixo é dividido de acordo com o material: plástico, papel, vidro ou alumínio. Depois de totalmente separado, o lixo é prensado em fardos que serão revendidos às indústrias que vão reciclar o material.
Goiânia, em Goiás, conta com o primeiro núcleo industrial de reciclagem do País. É uma usina capaz não apenas de separar o lixo: poderá transformar o lixo orgânico em adubo e vender sucata de papel, plástico, metais e vidro. O núcleo começa funcionando com 25 toneladas diárias, em um turno, mas deverá chegar a 150 toneladas, em três turnos, quando estará processando cerca de 7% do lixo urbano de Goiânia. Ao todo, já foram aplicados no Núcleo Industrial de Reciclagem mais de R$ 1 milhão.
O Brasil produz 241.614 toneladas de lixo por dia. Desse total, 76% são depositados a céu aberto em lixões, 13% em aterros controlados, 10% são despejados em aterros sanitários, 0,9% é compostado em usinas e 0,1% é incinerado.


Composição Média do Lixo Domiciliar no Brasil

65% de Matéria Orgânica
25% de Papel
4% de Metal
3% de Vidro
3% de Plástico
Índices Médios de Reciclagem no Brasil (%)
Alumínio .................................. 70%
Vidro ...................................... 35%
Papel ...................................... 32%
Aço ........................................ 18%
Plástico ................................... 12%
Brasil perde milhões sem reciclar o lixo
O Brasil perde anualmente cerca de R$ 4,6 bilhões por não aproveitar a totalidade do potencial de reciclagem do lixo domiciliar. A falta de incentivo torna economicamente inviável grande parte das iniciativas de prefeituras e ONGs para programas de coleta seletiva e reciclagem.
O cálculo foi feito pelo economista Sabetai Calderoni, em tese de doutorado defendida na USP e que deu origem ao livro Os Bilhões Perdidos no Lixo. Segundo Calderoni, a indústria organizou sucateiros e consegue um ganho de R$ 1,2 bilhão por ano, valor que poderia ser ainda muito superior.

Dinheiro Perdido no Lixo

O que se perde nos aterros e lixões do País
VIDRO - A produção de vidro pela reciclagem reduz em 20% a poluição do ar e em 50% a poluição da água relacionadas à produção.
LATA DE ALUMÍNIO - A reciclagem de uma lata de alumínio dá origem a uma nova lata de alumínio, economizando energia suficiente para deixar acesa uma lâmpada de 100 watts por 20 horas.
PAPEL - Uma tonelada de papel reciclado economiza 10 mil litros de água e evita o corte de 17 árvores.
PLÁSTICO - Cada 100 toneladas de plástico reciclado economiza 1 tonelada de petróleo.
LIXO - A incineração de 10 mil toneladas de lixo cria um emprego, o aterramento da mesma quantidade cria seis empregos e a reciclagem desse montante de lixo cria 36 empregos.
Os governos federal, estaduais e municipais não investem na reciclagem por falta de percepção global para o planejamento, que reduziria a necessidade de importação de petróleo e os gastos com eletricidade. Os Estados ganhariam com a economia de água e de controle ambiental e os municípios reduziriam seus custos com a destinação final do lixo e manutenção dos aterros. Com isso, o País acaba perdendo recursos naturais e energia elétrica, sem contar os custos ambientais e de saúde decorrentes da disposição inadequada dos resíduos.
Uma única lata de alumínio pode produzir uma outra idêntica, e a energia economizada seria suficiente para manter ligada uma lâmpada de 100 watts por 20 horas ou uma televisão por 3 horas. No caso do papel, a reciclagem de uma tonelada resulta em uma economia de 50% de energia elétrica e de 10 mil litros de água, além de evitar o corte de 17 árvores.
Ao longo dos anos, o Brasil tornou-se um grande reciclador de materiais como alumínio e papelão, mas continua reciclando pouco plástico __ cujo valor de mercado da sucata é muito baixo __ e aço. Isso porque os materiais que têm melhor relação de valor no item peso acabam sendo mais negociados.
Outro entrave ao desenvolvimento da indústria da reciclagem é que a percepção da necessidade de preservação ambiental ainda é tênue na sociedade brasileira. Uma pesquisa realizada pelo Procon de São Paulo mostrou que apenas um em cada sete cidadãos paulistanos diz separar material para reciclagem. E somente 10% consideram a separação dos resíduos como uma contribuição pessoal para a futura solução do problema do lixo.
Segundo Jaime Caetano Jr., da ONG Recicla Brasil, o homem urbano quer preservar o meio ambiente, mas se vê muito longe do seu alvo, sem levar em conta que a sua prática dentro de casa também pode contribuir. Para ele, parte dos ganhos da indústria e do governo com a reciclagem poderiam ser repassados aos consumidores, incentivando a separação do lixo doméstico. “Com o valor agregado da economia em todo o processo, as prefeituras poderiam subsidiar os edifícios que separam seu lixo para reciclagem”, sugere.
O problema da falta de viabilidade econômica reflete-se também na posição da indústria, que é quem tem os maiores ganhos com a reciclagem. Para o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), Ronald Caputo, existe o interesse econômico por trás de tudo, pois ao encontrar um valor para o resíduo, se estimula também o processo de coleta. Para o plástico, diz ele, o valor de mercado da sucata ainda é muito baixo. Por isso, em 1995, o índice de reciclagem do plástico foi de apenas 12%.

MERCADO DE RECICLÁVEIS
PAPEL E AFINS
Papelão (aparas) ................................................................................................ 120,00
Jornal .............................................................................................................. 60,00
Apara branca de 1a ............................................................................................ 400,00
Apara branca de 2a ............................................................................................ 300,00
Misto ............................................................................................................... 50,00
Embalagem longa vida (tetra brik) ....................................................................... 60,00
VIDRO
Incolor ou Colorido ................................................................................................ 65,00
Misto ...................................................................................................................... 60,00
ALUMÍNIO
Latinha .................................................................................................................. 720,00
PLÁSTICOS
POLIETILENO, POLIESTIRENO, POLIPROPILENO
Granulado preto .................................................................................................... 800,00
Plástico filme granulado ....................................................................................... 900,00
Plástico filme prensado ........................................................................................ 200,00
Frasco (sem tampa) .............................................................................................. 200,00
PET
Incolor (prensado) ................................................................................................. 250,00
Verde (prensado) ................................................................................................... 200,00
METAIS FERROSOS
Lata de flandres (aço) ............................................................................................... 40,00
Sucata ferrosa (densa) ............................................................................................. 60,00
Preço médio pago pelas indústrias (R$/tonelada)

Materiais jogados no mar e seus tempos médios de decomposição na natureza
Papel ou papelão ...................................................................................... 03 meses
Casca de fruta ............................................................................................. 02 anos
Ponta de cigarro .......................................................................................... 15 anos
Saco Plástico .............................................................................................. 35 anos
Copo de plástico ......................................................................................... 50 anos
Lata de ferro ................................................................................................ 50 anos
Isopor .......................................................................................................... 80 anos
Lata de Alumínio ....................................................................................... 200 anos
Garrafa de plástico ................................................................................... 450 anos
Fralda descartável .................................................................................... 450 anos
Pneu de borracha ...................................................................................... 600 anos
Linha de náilon .......................................................................................... 600 anos
Garrafa de vidro ............................................................................ 1 milhão de anos
Reciclagem - Os materiais recicláveis

PAPEL E AFINS
Papel

O Brasil produz cerca de 250 mil toneladas de lixo por dia. Desse total, são aproximadamente 20 mil toneladas de papel diários, dos quais cerca de 35% são recuperados para reciclagem. O País não incentiva, entretanto, a reciclagem do produto, já que é um grande produtor de celulose virgem. São várias as vantagens proporcionadas pela reciclagem, além da evidente preservação de recursos naturais das florestas. Dentre elas pode-se destacar:
Para cada 50 kg de papel produzido é necessário o corte de uma árvore. A reciclagem preserva as florestas.
O consumo de energia no processo de reciclagem é 50% menor do que na produção de papel novo.
O consumo de água no processo de reciclagem também é 50% menor.
A reciclagem reduz o lixo, já que papel e papelão representam em média 40% dos resíduos urbanos brasileiros e têm um tempo médio de decomposição de aproximadamente 3 anos.
A reciclagem diminui os índices de poluição da água e da atmosfera.
O papel para reciclagem pode ser dividido em ondulado e de escritório. As caixas feitas em papel ondulado são facilmente recicláveis, consumidas principalmente pelas indústrias de embalagens, responsáveis pela utilização de 80% das aparas recicladas no Brasil. Somente 18% das aparas são consumidas para fabricação de papéis sanitários e 8% destinados à impressão e escrita. São Paulo (43,7%), Paraná (12,7%) e Rio de Janeiro (11,8%) são os maiores consumidores de aparas para fabricação de papel. No mundo, os EUA são os que mais consomem aparas, com 21,3 milhões de toneladas/ano. No Brasil, 60% do volume total de papel ondulado consumido é reciclado, totalizando 720 mil toneladas/ano.
Papel de escritório é o nome genérico dado a uma variedade de produtos usados em escritório, como papéis de carta, blocos, revistas e folhetos. Nos EUA, mais da metade do papel de escritório reciclado é exportada. Em muitos casos, porém, o custo de fabricação de papel reciclado pode ser maior do que a produção a partir de celulose virgem. Em 1993, 103 mil toneladas de papéis mistos foram recicladas pela indústria brasileira.
Embalagem longa vida
A embalagem multicamada, conhecida popularmente como longa vida, é também denominada Tetra Brik ou cartonada. A embalagem é composta de 75% de papel cartão, 20% de polietileno e 5% de alumínio. Foi desenvolvida em 1961 por Ruben Rausing, fundador da empresa Tetra Pak, com sede em Lund, na Suécia.
A embalagem multicamada é usada, principalmente, em leite longa vida, chá, sucos, creme de leite, molho e extrato de tomate, maionese, bebidas lácteas, geléia, caldos e gelatinas. Em 1997, 40% do leite produzido no País foram embalados em caixas cartonadas.
No Brasil, sua produção iniciou-se em 1978 e em 1997 foram lançadas no mercado cerca de 3 bilhões dessas embalagens. Hoje, em torno de 10% desse total retornam através de alguma forma de reciclagem.
A reciclagem desta embalagem é atualmente feita de duas formas. A prensagem é um processo no qual as embalagens longa vida são trituradas e prensadas, sem separação de seus componentes. A prensagem é feita em altas temperaturas e o resultado são chapas semelhantes a madeira compensada, que podem ser utilizadas para fabricação de móveis e divisórias.
No reaproveitamento da fibra de papel, feito pelas indústrias de papel e papelão, as embalagens são desmembradas em um grande liquidificador para sua futura transformação em papel kraft, papelão ondulado e outros.
Tanto o polietileno quanto o alumínio podem também ser reaproveitados, embora haja divergência sob os pontos de vista econômico e ambiental a respeito desses processos.
VIDRO

As embalagens de vidro são usadas para bebidas, produtos comestíveis, medicamentos, perfumes cosméticos e outros artigos. Garrafas, potes e frascos superam a metade da produção de vidro no Brasil. Usando em sua composição areia, calcário, barrilha e feldspato, o vidro é durável, inerte e tem alta taxa de aproveitamento nas residências. Metade dos recipientes de vidro fabricada no País é retornável. Além disso, o material é de fácil reciclagem, já que pode voltar a produção de novas embalagens substituindo o produto virgem sem perda da qualidade.
No Brasil, o vidro corresponde a 3% dos resíduos urbanos. Nos Estados Unidos, o índice em 1993 era de 6,6%, o equivalente a 11,3 milhões de toneladas por ano. O Brasil produz em média 800 mil toneladas de embalagens de vidro por ano, usando cerca de um quarto de matéria-prima reciclada na forma de cacos. Parte deles foi gerada com refugo nas fábricas e parte retornou por meio da coleta. Os Estados Unidos produziram 10,3 milhões de toneladas em 1990, totalizando 41,1 bilhões de embalagens, principalmente para alimentos (33%) e cerveja (31%). Desse total, de 500 mil a 1 milhão de toneladas foram importadas.
O principal mercado para recipientes de vidro usados é formado pelas vidrarias. Além de voltar à produção de embalagens, a sucata pode ser aplicada na composição de asfalto e pavimentação de estradas, construção de sistemas de drenagem contra enchentes, produção de espuma de fibra de vidro, bijuterias e tintas reflexivas.
Cerca de 27,6% das embalagens de vidro são recicladas no Brasil, somando 220 mil toneladas por ano. Desse total, 5% são geradas por engarrafadores de bebidas, 10% por sucateiros e 6% provém das coletas promovidas por vidrarias. Os outros 12% representam refugos de vidro gerados nas fábricas, reaproveitados para compor novas embalagens. Nos EUA, o índice de reciclagem em 1993 foi de 24,6%, correspondendo a 3 milhões de toneladas. No Japão, são recuperadas 55,5%, o que representa 1,3 milhão de toneladas.
O vidro deve ser separado por cor para evitar alterações de padrão visual do produto final e reações que formam espumas indesejáveis no forno. Frascos de remédios só podem ser reciclados se coletados separadamente do lixo hospitalar. As embalagens quebradas servem para reciclagem. O vidro não é biodegradável.
LATA DE ALUMÍNIO

A lata de alumínio é usada basicamente como embalagem de bebidas. Cada brasileiro consome em média 25 latinhas por ano, volume bem inferior ao norte americano, que é de 375. Além de reduzir o lixo que vai para os aterros, a reciclagem desse material proporciona significativo ganho energético. Para reciclar uma tonelada de latas, gasta-se 5% da energia necessária para produzir a mesma quantidade de alumínio pelo processo primário. Isto significa que cada latinha reciclada equivale ao consumo de um aparelho de TV durante 3 horas. A reciclagem evita a extração da bauxita, o mineral beneficiado para a fabricação da alumina, que é transformada em liga de alumínio. Cada tonelada do metal exige cinco de minério.
No Brasil, a lata de alumínio corresponde a menos de 1% dos resíduos urbanos. Nos EUA, essas embalagens representam cerca de 1% do lixo - 500 mil toneladas por ano. Depois de coletadas, as latas de alumínio vazias são amassadas por prensas especiais, algumas delas computadorizadas, que fornecem o ticket com o valor referente à quantidade entregue. O material é enfardado pelos sucateiros, cooperativas de catadores, supermercados e escolas e repassado para as indústrias de fundição. Em seus fornos, as latinhas são derretidas e transformadas em lingotes de alumínio. Esses blocos são vendidos para fabricantes de lâminas de alumínio que por sua vez comercializam as chapas para a indústria de lata.
O material pode ser reciclado infinitas vezes sem perda nenhuma de suas características. Com a evolução desse processo, já é possível que uma lata de bebida seja colocada na prateleira do supermercado, vendida, consumida, reciclada, transformada em nova lata, envasada, vendida e novamente exposta na prateleira em 42 dias.
Em 1996, o Brasil reciclou cerca de 2,5 bilhões de latas de alumínio, que representa 41 mil toneladas. O material é recolhido e armazenado por uma rede de aproximadamente 2 mil sucateiros, responsáveis por 50% do suprimento de sucata de alumínio à indústria. Outra parte é recolhida por supermercados, escolas, empresas e entidades filantrópicas. O mercado brasileiro de sucata de latas de alumínio movimenta US$ 45 milhões por ano. As latas corresponderam a 43% das 100 mil toneladas de sucata de alumínio disponíveis para reciclagem em 1996. Nos EUA, o negócio envolve 10 mil postos de coleta e gira US$ 2,5 milhões por dia. Com liga metálica mais pura, essa sucata volta em forma de lâminas à produção de latas ou é repassada para fundição de autopeças. Estima-se que a partir de 1997 a reciclagem atingirá economia de escala suficiente para permitir o retorno financeiro sob forma de barateamento de custo de produção.
Cerca de 61% da produção nacional de latas são reciclados. Em 1996, o índice foi de 61%. Os números brasileiros superam países industrializados como Japão (57%), Inglaterra (23%), Alemanha (22%) e Itália (22%). Os EUA recuperam 63%, o que equivale a 62 bilhões de latas por ano.
A lata de alumínio é o material mais valioso. O preço pago por uma tonelada varia de US$500 a US$750 - o quilo equivale a 62 latinhas e vale 10 vezes mais que o quilo do papel. Os avanços tecnológicos ajudaram a desenvolver o mercado: há 25 anos, com um quilo de alumínio reciclado era possível fazer 42 latas de 350ml. Hoje, a indústria consegue produzir 62 latas com a mesma quantidade de material, aumentando a produtividade em 47%.
PET (polietileno tereftalato)

A reciclagem das embalagens PET (polietileno tereftalato) , como as garrafas de refrigerantes de 1; 1,5; 2; e 0.6 litros descartáveis, está em franca ascensão no Brasil. O material, que é um poliéster termoplástico, tem como características a leveza, a resistência e a transparência, ideais para satisfazer a demanda do consumo doméstico de refrigerantes e de outros produtos, como artigos de limpeza e comestíveis em geral. A evolução do mercado e os avanços tecnológicos têm impulsionado novas aplicações para o PET reciclado, das cordas e fios de costura aos carpetes e bandejas de frutas e até mesmo novas garrafas. Sua reciclagem, além de desviar lixo plástico dos aterros utiliza apenas 30% da energia necessária para a produção da resina virgem, e tem a vantagem de poder ser reciclado várias vezes sem prejudicar a qualidade do produto final.
No Rio de Janeiro, as garrafas PET correspondem em média 1,4% em peso do lixo urbano. Na coleta seletiva, o PET representa em média 2,3% do peso dos reciclados separados.
O Brasil produziu 105 mil toneladas de plástico PET em 1996. A demanda mundial é de cerca de 2,2 milhões de toneladas por ano, com previsão de dobrar nos próximos cinco anos. Atualmente, o maior mercado para o PET pós consumo no Brasil é a produção de fibras para a fabricação de cordas (multifilamentos), fios de costura (monofilamentos) e cerdas de vassouras e escovas. Outra parte é destinada a moldagem de autopeças, lâminas para termo-formadores e formadores à vácuo (manequins plásticos), garrafas de detergentes, mantas não-tecidas , carpetes e enchimentos de travesseiros. É impossível reprocessar o polímero para a retirada de resinas alquímicas usadas na produção de tintas.
O mercado mundial de embalagens PET produzidas com material reciclado está em expansão. Os exemplos são as garrafas de bebidas em multi-camadas e as remoldadas a partir de flocos limpos de PET, além das bandejas de frutas, (lâminas de duas ou três camadas moldadas) e dos suportes para embalagens de biscoitos. Nos EUA e Europa , os consumidores podem comprar refrigerantes envasados em PET contendo 25% de material reciclado. Essa aplicação deverá crescer com o avanço da reciclagem química deste material - tipo de plástico que pode ser despolimerizado, ou seja, pode ter a sua condensação revertida, recuperando os polímeros básicos que lhe deram origem.
Cerca de 21% da resina PET produzida no Brasil foi reciclada em 1996, totalizando 22 mil toneladas, As garrafas recicladas provêm de coleta através de catadores, além de fábricas e da coleta seletiva operada por municípios, Os programas oficiais de coleta seletiva, que existem em mais de 80 cidades do país, recuperam por volta de 1000 toneladas por ano, Além de garrafas descartáveis, existem no mercado nacional 70 milhões de garrafas de refrigerantes retornáveis , produzidas com este material. Nos EUA, a taxa de reciclagem em 1996 foi de 27% de todas as embalagens PET.

Tapete plástico ajuda o reflorestamento do Morro Dois Irmãos (RJ)
Fontes: Jornal do Brasil (RJ), 30/4/98, pág. 23; O Globo (RJ), 4/6/98, Zona Sul, pág. 6 e 8/10/98, pág. 12

O Morro Dois Irmãos, no Rio de Janeiro, está recebendo uma ajuda inédita da tecnologia: trata-se de um carpete plástico, denominado “geogreen”, com 4 centímetros de espessura em sua superfície, cujo objetivo é evitar que cresça ali o capim colonião, espécie que impede o crescimento das mudas usadas no reflorestamento da área. O tapete __ produzido a partir de garrafas plásticas de refrigerantes (PETs) __ cobrirá inicialmente uma área de 480 metros quadrados. A novidade, tecnicamente chamada de geotêxtil, é produzida pela empresa brasileira Geogrim, já está sendo usada no recapeamento asfáltico e para a contenção de encostas. Esta é a primeira experiência internacional de utilização para fins ambientais.
O carpete ecológico é posto quando as mudas ainda estão pequenas e trabalha evitando a passagem do sol e o desenvolvimento do capim colonião (Panicum maximum), que abafa as mudas. No Morro Dois Irmãos, a prefeitura do Rio já plantou 48 mil mudas nativas da Mata Atlântica, em um espaço de 15 hectares. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, o projeto é vantajoso financeiramente, pois economiza a mão de obra que seria utilizada para retirar o capim.
O material está sendo avaliado e será testado em outras áreas antes de ser aprovado. A novidade será instalada na Rocinha, onde existe uma área de reflorestamento de 12 hectares, com 60 mil mudas, e no Morro da Babilônia, no Leme, em área de 14,5 hectares e 41 mil mudas. Cada carpete deve permanecer por pelo menos 6 meses até a muda alcançar uma altura segura, e depois será retirado e, se possível, reaproveitado. O reflorestamento é fundamental, já que evita o crescimento desordenado das favelas, além de ajudar a conter o avanço das chuvas.


PET, o vilão das enchentes

Se o carpete ecológico for aprovado pela prefeitura, o município descobre uma forma de utilizar para fins práticos e construtivos um dos maiores vilões das enchentes do Rio. Os PETs (polietileno tereftalato), usados em garrafas plásticas de refrigerantes, são reconhecidos como um dos mais graves subprodutos do lixo urbano. Segundo dados da Comlurb, das 4.500 toneladas de lixo domiciliar recolhidas diariamente __ que correspondem a 15,91% do total __, cerca de 30% são garrafas plásticas de refrigerante. Não degradável e até então sem um processo eficiente e barato de reciclagem, o PET jogado nas ruas entope rios e galerias.
Outra experiência inédita de reciclagem de PETs está sendo colocada em prática graças a uma parceria entre o Viva Rio, a Associação Brasileira de Indústria de Refrigerante (Abir) e a CDP do Brasil, empresa que desenvolveu o papapet, equipamento para compactar os PETs, facilitando sua reciclagem. Uma das grandes dificuldades da coleta dos PETs é o transporte, pois ocupam muito espaço e poucos catadores querem trabalhar com o material. O papapet reduz o tamanho das garrafas e permite o armazenamento para posterior reciclagem.
A produção anual de PETs no País é de 3 bilhões de unidades e apenas 15% são reciclados, enquanto nos EUA este percentual chega a 48%. Segundo pesquisa da USP, a falta de um sistema eficiente de coleta seletiva faz com que o Brasil desperdice R$ 4,6 bilhões por ano. As empresas que reciclam PETs trabalham com 40% de capacidade ociosa, tendo que importar lixo da Argentina por falta de matéria-prima.
O projeto pretende resolver o problema credenciando 20 entidades captadoras que farão a coleta seletiva. Em cada uma delas será instalado um papapet e as garrafas já compactadas seguirão para uma central de beneficiamento, onde se dará a reciclagem. No primeiro ano está prevista a reciclagem de 800 toneladas por mês, permitindo a fabricação de produtos como vassouras e fibras têxteis.
O Viva Rio participa, ainda, desenvolvendo uma metodologia que garante um processo permanente de reciclagem e treinando 600 agentes comunitários que farão a coleta seletiva do lixo. A iniciativa deve gerar renda para duas mil pessoas nos primeiros anos do projeto, que terá um custo de R$ 86 mil.

LATA DE FLANDRES (aço)

As latas de aço produzidas com chapas metálicas, conhecidas como folhas de flandres, são compostas por ferro e uma pequena parte de estanho (0,2%) ou cromo (0,07%), materiais que as protegem contra a oxidação.
As latas de flandres detêm 25% do mercado nacional de embalagens. Produtos comestíveis como óleo de cozinha, achocolatados, conservas, doces, creme e leite condensado, patês, frutos do mar, leite em pó e farináceos representam 72,5% do consumo dessas embalagens. O restante se destina a tintas e produtos químicos (14,5%), óleos lubrificantes (2,4%), tampas metálicas (8,7%) e outros produtos.
Para a obtenção das chapas de aço é necessário extrair da natureza o minério de ferro __ denominado hematita __, que será reduzido pelo carvão vegetal. As latas de aço lançadas na natureza sofrem oxidação em um prazo médio de 3 anos. Se recuperadas, podem ser recicladas inifinitamente.

A reciclagem do aço remonta à própria história de utilização do metal. Reciclado, mantém as propriedades de dureza, resistência e versatilidade. As latas jogadas no lixo podem retornar recicladas em novas latas ou como vários utensílhos: arames, partes de automóveis, dobradiças, maçanetas e muitos outros.
Nas áreas de armazenamento, as latas são prensadas para aumentar sua densidade e melhorar as condições de transporte. São então enviadas às indústrias siderúrgicas, com as demais sucatas metálicas, para se transformarem em tarugos, que serão usados na fabricação de pregos e vergalhões, ou em folhas de flandres, para novamente serem fabricadas as latas e outras embalagens.
No Brasil, é comum a confecção de utensílios como lustres, lamparinas, coletor de látex, canecas e vasos de plantas reutilizando as latas consumidas.

PNEU

O Brasil produz cerca de trinta e dois milhões de pneus por ano. Quase um terço disso é exportado para 85 países e o restante roda nos veículos nacionais. Mesmo sendo hoje manufaturados para oferecer o dobro da resistência de 15 anos atrás, o número de pneus descartados anualmente continua a crescer, devido tanto ao aumento da quantidade de veículos nas ruas, quanto às distâncias percorridas a cada ano.
Apesar do alto índice de recauchutagem no País, que prolonga a vida do pneu em 40%, a maior parte deles, já desgastada pelo uso, acaba parando em lixões à beira de rios e estradas, e até no quintal das casas onde acumulam água que atrai insetos transmissores de doenças.
Os pneus e câmaras de ar consomem cerca de 70% da produção nacional de borracha e sua reciclagem é capaz de devolver ao processo de produção insumo regenerado por menos da metade do custo da borracha natural ou sintética. Além disso, economiza energia e poupa petróleo usado como matéria-prima virgem e até melhora as propriedades de materiais feitos com borracha.
No Rio de Janeiro, os pneus e artefatos de borracha em geral correspondem a 0,5% do lixo urbano. Nos EUA, os pneus correspondem a 1% dos resíduos.
O percentual de sucata de pneus que vai para o mercado de reaproveitamento aumentou dramaticamente nos últimos oito anos. Os três maiores mercados para pneus usados são: combustível, engenharia civil e borracha para revestimento de áreas de lazer e esporte.
A trituração dos pneus para uso na regeneração da borracha, mediante a adição de óleos aromáticos e produtos químicos desvulcanizantes é um dos principais mercados para a reciclagem desse material. Com a pasta resultante deste processo, as indústrias produzem tapetes de automóveis, solados para sapato, pisos industriais e borracha de vedação, entre outros.
Os pneus inteiros são reutilizados em pára-choques, drenagem de gases em aterros sanitários e produtos artesanais. No Brasil, as carcaças são aproveitadas como estrutura de recifes artificiais no mar visando o aumento da produção pesqueira.
É possível recuperar energia com a queima de pneus velhos em fornos controlados - cada pneu contém a energia de 9,4 litros de petróleo. No Brasil, calcula-se que existam 500 mil pneus disponíveis para utilização para utilização como combustível proporcionando economia de 12 mil toneladas de óleo.
Cerca de 10% das 300 mil toneladas de sucata disponíveis no Brasil para obtenção de borracha regenerada são de fato recicladas, segundo dados da empresa Relastomer. Não há dados no Brasil sobre a taxa referentes as demais formas de reciclagem de pneus. Sabe-se, porém, que os chamados “carcaceiros” recuperam mais de 14 milhões de pneus por ano, sob diversas formas. Os EUA, que geram 275 milhões de pneus velhos, têm em estoque cerca de 3 bilhões de carcaças.
A queima a céu aberto, que gera fumaça negra de forte odor (dióxido de enxofre) é proibida em vários países, inclusive no Brasil. Dispostas em lixões, aterros ou outros locais abertos, as carcaças atraem roedores e mosquitos transmissores de doenças. Às vezes, devido a problemas de compactação, pequenos pedaços de pneus aterrados podem voltar a superfície. Algumas cidades proíbem a colocação de carcaças em aterros.